Dá uma olhada nessa matéria:
Importantes cientistas do mundo todo pediram nesta quarta-feira aos líderes dos países ricos que parem de discutir sobre o aquecimento global e que, em vez disso, adotem medidas urgentes para enfrentar o problema.
As academias de ciências dos países do Grupo dos Oito (G8) - Grã-Bretanha, Estados Unidos, Rússia, França, Alemanha, Canadá, Japão e Itália -, além das academias de cinco importantes países em desenvolvimento - Brasil, África do Sul, Índia, China e México -, fizeram o apelo antes da cúpula do G8 que ocorre na Alemanha, em junho.
"A urgência da situação significa que decisões difíceis precisam ser tomadas agora a fim de oferecer instrumentos para desestimular a emissão de carbono", afirmou Martin Rees, presidente da Royal Society, da Grã-Bretanha. "Podemos fazer muitas coisas por meio de mudanças positivas, tais como desenvolver novas tecnologias ou tornar mais eficiente o uso dos sistemas já instalados", acrescentou.
Neste ano, os cientistas já haviam dito que as temperaturas do planeta podem subir algo entre 1,8°C e 4°C neste século devido à queima de combustíveis fósseis nos setores de transporte e produção de energia. Esse aumento das temperaturas provocaria enchentes, secas, tempestades e crises de falta de alimentos, colocando a vida de milhões de pessoas em perigo.
A Alemanha, que ocupa neste ano a presidência do G8, tenta ver aprovado na cúpula, que ocorre de 6 a 8 de junho, um comunicado contundente a respeito da necessidade de adotar medidas para limitar o aumento médio das temperaturas neste século a apenas 2°C acima do nível registrado antes da era industrial.
O país também deseja que a cúpula acerte diminuir, até 2050, as emissões de carbono para um nível 50% menor que os de 1990 e que promova um sistema de comércio de cotas de carbono como instrumento para elevar o preço das emissões e, assim, incentivar a criação e adoção de tecnologias limpas.
Mas os Estados Unidos, com o apoio do Canadá, continuam resistindo à adoção de metas ou cronogramas e continuam rejeitando a criação de um mercado mundial de cotas de carbono, algo que consideram um endosso tácito às metas de emissão. Os líderes da China, do México, da Índia, do Brasil e da África do Sul também participarão do encontro do G8.
"Enfrentar o desafio das mudanças climáticas é algo que exigirá uma ação coordenada de todos os países do G8 e da Índia, da China e de outros países em desenvolvimento que registram altas taxas de expansão", disse Rees, observando que mesmo a meta de conter a elevação das temperaturas em 2°C seria difícil de ser atingida.